Wednesday, August 16, 2006

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Escrevo pela simples necessidade de deixar marcado aquilo que penso. Escrevo por achar que, assim, saberei me expressar, transmitir pensamentos e ser respeitada por idéias.
Ninguém ouve aquele que não tem muito a dizer, mas qualquer um sabe falar desenfreadamente. E é voz que sai apenas da garganda, sem concentimento racional, sem senso.
Acho que as pessoas não conhecem o real poder das palavras porque, se conhecessem, ponderariam sistematicamente suas sílabas, suas frases, seus discursos épicos sem o menor cunho ou importância. E, além disso, parariam para escutar com atenção aqueles que se dispõem a compartilhar de algo útil, e não apenas sons para cessar o silêncio.
Já reparou como as pessoas se incomodam com o silêncio? Tem sempre alguém para quebrá-lo, o que na maioria das vezes ocorre com um comentário desnecessário: "que silêncio!".
As pessoas se incomodam com o silêncio porque, ao se depararem com ele, descobrem a si mesmas e isso gera pensamentos. Mas ninguém quer pensar. Quanto menos se pensa, menos dúvidas se tem. Sem dúvidas, tem-se a sensação de que tudo se sabe, o que parece afastar qualquer tipo de problema ou discussão. Como dizia a minha mãe, "a famosa lei do menor esforço", pois esquecer, ignorar e engolir é muito mais cômodo, nos poupa tempo, cabelo e saliva.
Niguém quer contestar, por medo de parecer chato. Ninguém quer reclamar, por medo de estar comprando briga. Niguém quer pensar, e acham que o que já foi pensado até hoje já está bom demasis.
E, assim, as pessoas perderam a capacidade de falar, ouvir, ler e escrever coisas que a façam evoluir, abrir os olhos, refletir. Perderam a capacidade de pensar, se expressar, tentar dizer algo de valor. E perderam também a capacidade de valorizar aqueles que tentam passar idéias, pensamentos e revoluções a diante.
Em face do que realmente interessa, o homem está mudo, surdo, cego. O homem está morto e, com sempre, esquece, ignora e engole essa sa morte.

Escrito por ballerina às 1:55 PM

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"Mas a verdade, a verdade verdadeira que eu falar não posso, aquilo que representa o real desejo do meu coração, seria abrir os braços para o mundo, olhar para ele bem de frente e lhe dizer na cara: Te dana! Sim te dana, mundo velho. Ao planeta com todos os seus homens e bichos, ao continente, ao país, ao Estado, à cidade, à população, aos parentes, amigos e conhecidos: danem-se! Danem-se que eu não ligo, vou pra longe me esquecer de tudo, vou a Pasárgada ou a qualquer outro lugar, vou-me embora, mudo de nome e paradeiro, quero ver quem é que me acha. " - Cecília Meireles

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